quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sesap alerta para prevenção da Leptospirose durante as chuvas

Apesar do número de casos confirmados de leptospirose no Rio Grande do Norte não ser alarmante, a possibilidade de ocorrência da doença tem preocupado as autoridades de saúde do Estado, devido às chuvas que têm caído principalmente na capital. Doença infecciosa causada por uma bactéria chamada "Leptospira", presente na urina de ratos e outros animais, é transmitida ao homem principalmente nas enchentes e nas lamas. As periferias das cidades que acumulam água de chuva e lixo são as áreas mais vulneráveis ao risco de contaminação. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) alerta a população para alguns cuidados de prevenção que são simples, mas eficazes.

Segundo dados da Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (Suvige) da Sesap, foram 142 casos confirmados da doença nos últimos sete anos. Desse total, 13 pessoas foram a óbito, sendo 5 somente em Natal. No ano de 2012, foram 13 casos confirmados no estado. Já neste ano, até o momento, a Sesap confirmou apenas duas ocorrências. Historicamente, o município de Natal foi o que registrou maior número de casos confirmados. São 44 desde 2007, seguido de Frutuoso Gomes (17), São Miguel (10) e Cruzeta (9). Em Natal, os bairros de Felipe Camarão, Bom Pastor e Nova Descoberta foram os que registraram maior número de casos confirmados.




O contato com água ou lama de esgoto, terrenos baldios, lagoas ou rios contaminados com a presença de ratos é a maneira mais comum de contrair a doença, porque as "leptospiras" presentes na água penetram no corpo humano pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento. Para o controle da leptospirose, segundo informa a bióloga do Setor de Endemias da Suvige, Ximenya Lopes, independente de providências ligadas ao meio ambiente, como saneamento básico e melhorias nas habitações, é possível prevenir a doença com alguns cuidados básicos a começar na própria residência.

Ela orienta os pais ou responsáveis para não permitirem que crianças nadem ou brinquem em águas ou outros ambientes possíveis de estarem contaminados pela urina dos ratos, como também chama a atenção para o armazenamento e o acondicionamento apropriados de alimentos, além do destino adequado do lixo. Ela também alerta para a desinfecção e completa vedação de caixas d´água como medidas preventivas a serem tomadas periodicamente. "Isso evitará a presença de ratos, mas as medidas de desratização, que consistem na eliminação direta dos roedores através do uso de raticidas, devem ser realizadas por equipes técnicas devidamente capacitadas", explicou.

O hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) mata as leptospiras e deverá ser utilizado para desinfetar reservatórios de água (um litro de água sanitária para cada 1000 litros de água do reservatório), locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada (um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água). Durante a limpeza e desinfecção de locais onde houve inundação recente, deve-se também proteger pés e mãos do contato com a água ou lama contaminadas.

SINTOMAS E TRATAMENTO

Os sintomas são parecidos com os de outras doenças, como a gripe e a dengue. A pessoa que apresentar febre, dor de cabeça e no corpo, principalmente nas panturrilhas, alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, deve procurar imediatamente uma unidade de saúde mais próxima. "A leptospirose é uma doença curável, para a qual o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução. Mas o problema é que, por parecer uma simples gripe, muitas pessoas ignoram os sintomas e só procuram atendimento no estágio mais grave da doença, quando apresenta icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e hemorragias, em situação que já necessita de internação hospitalar", diz Ximênia Lopes. Além disso, a bióloga explicou que a doença pode provocar também insuficiência renal, hepática e respiratória, podendo levar à morte se não tratada a tempo.

O tratamento é baseado no uso de medicamentos e outras medidas de suporte, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados. Os casos leves podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam de internamento.

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