A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta terça-feira (27), no Diário Oficial da União, uma instrução normativa que autoriza o uso de aditivos em cigarros. Por um período de 12 meses, está autorizada a adição de 121 substâncias. Entre os aditivos autorizados, estão os extratos de café, de figo, de mate, de alcaçuz, além dos óleos de camomila, de tangerina, de cenoura, de rosa e de sálvia.
De acordo com a Anvisa, as substâncias serão avaliadas por um grupo de especialistas que decidirá, ao final dos 12 meses, “se elas são ou não indispensáveis para o processo de fabricação de derivados do tabaco”. A medida é resultado de um questionamento da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), que pediu a autorização para o uso de uma lista de substâncias ao cigarro, incluindo aditivos e açúcar.
A cardiologista Jaqueline Issa, diretora do Serviço de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da FMUSP, afirma que a resolução representa um retrocesso em relação à norma publicada no ano passado, que vetava de forma mais rigorosa o uso de aditivos. “Todos esses aditivos e aromatizantes têm intenção de tornar o aroma do cigarro agradável. Isso é uma coisa atrativa para a moçada”, diz a médica. Segundo ela, vários estudos já comprovaram que cigarros com sabores têm mais apelo ao público jovem. “Antigamente, o incentivo para o fumo era o glamour da publicidade. Com a restrição da propaganda, a indústria encontrou nos aditivos e aromatizantes o caminho para tornar o cigarro atrativo”, diz a médica.
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