O City será lançado no Brasil no segundo semestre de 2009, com fabricação argentina e motores 1.4 16V e 1.5 16V flex emprestados do novo Fit.
Motor, suspensões, câmbio, direção elétrica... O City aproveita cerca de 60% das peças do Fit – mas é bem mais que um puxadinho, com maior espaço para as bagagens.
No estilo, a imagem do City se afasta do Fit para confundir-se com a do Civic. Os três volumes da carroceria se unem de maneira suave, como um carro-conceito – ou um prato de cabeça para baixo. Dois vincos horizontais marcam a lateral: um forte, no rodapé, é continuado pelo spoiler do pára-choque. O outro nasce no pára-lama dianteiro e termina na lanterna traseira. Até em detalhes como as portas e as próprias maçanetas (que você puxa, em vez de levantar), a referência de estilo é o Civic, não o Fit. E a cara do City... bom, essa ele não pegou de ninguém, inventou por conta própria. A grade chamativa e os faróis formam praticamente um único conjunto.
Ele é 14 centímetros mais curto e 5 mais estreito que o Civic. A distância entre os eixos é 22 centímetros menor, mas o City é mais alto e no fim das contas o espaço acaba sendo parecido – às vezes, até melhor. O porta-malas ganha de goleada (504 litros contra 340).
Para evitar briga de mercado entre seus dois filhos gêmeos, a Honda não deu ao City as soluções mais práticas que criou para o Fit. O sedã não tem aqueles ótimos porta-copos diante das saídas de ar-condicionado (que ajudam a manter a bebida gelada) e o banco de trás não dobra para cima (como um canivete). Mas o espaço livre embaixo do assento continua disponível, já que o tanque fica sob os bancos da frente. Na versão de luxo, esse espaço ganhou uma bandeja de plástico, que serve para pôr guarda-chuvas e sapatos molhados, sem sujar o carpete.
A cabine do City é mais um jogo de imagens. Quase tudo é parecido com o Fit, mas quase nada é exatamente igual. O quadro de instrumentos é comum aos dois, mas o City não tem molduras nem nos mostradores nem na tela do computador de bordo. O console é exclusivo. É feito de plástico prateado, imitando alumínio. Mesmo simples, não dá sensação de ser mal feito. Com exceção do estofamento de tecido em tons claros da versão básica do carro tailandês, que dificilmente emplacará por aqui por uma questão de gosto, muito pouco deverá mudar quando este carro finalmente ganhar seu visto de entrada brasileiro. A estrutura do banco do City é igual à do Fit, mas seus trilhos foram mudados para que o ponto H (a distância do assento em relação ao asfalto, que determina o ponto de vista do motorista) fique 1,5 centímetro mais baixo. A posição de dirigir é mais panorâmica que a do Civic, mas é mais agressiva que a do Fit.
A questão é saber quanto os executivos da fábrica pretendem cobrar pelo City no Brasil. Na Tailândia, o sedã da Honda custa de 524 000 a 694 000 baht, a moeda local. Numa conversão direta, seriam 35 000 reais por esse modelo básico – mas acontece que o leão verde-amarelo é muito mais voraz que o dos asiáticos na cobrança de impostos. Fica mais fácil estimar um preço tomando por referência o Fit deles. Chamado de Jazz e apenas com motor 1.5 16V, ele custa de 560 000 a 705 000 baht. Por esse raciocínio, o City custará de 48 000 a 60 000 reais, com motor 1.4 16V, e de 60 000 a 69 000 reais, nas versões 1.5 16V. Cobriria a faixa que vai do Polo, um sedã pequeno de prestígio, até os sedãs médios. Que venha logo para as nossas cidades.
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